Pré-mercado: Tarifas Derrubam Bolsas nos EUA, na Ásia e na Europa
- mapahauditoria
- 1 de ago.
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Notícias e indicadores que podem influenciar os preços dos ativos nesta sexta-feira, 1 de agosto

Cenários
Agosto chegou, e com ele uma mudança drástica no cenário da guerra comercial deflagrada por Donald Trump no dia 2 de abril. Na noite da quinta-feira (31), a Casa Branca divulgou tarifas “definitivas” (com Trump as aspas sempre são necessárias) instituindo novas tarifas “recíprocas” sobre importações de cerca de 69 países e territórios, com vigência a partir de 7 de agosto de 2025.
O dia começou com aversão ao risco e realocação de portfólios. Analistas acompanham os desdobramentos políticos nos Estados Unidos e esperam declarações do atual governo. A possibilidade de medidas compensatórias por parte da Casa Branca pode atenuar os efeitos no curto prazo, mas o impacto estrutural das tarifas segue no centro das preocupações dos mercados.
As bolsas da Ásia e da Europa caíram. Na Ásia, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, encerrou o pregão com baixa de 1,4%. As ações de empresas exportadoras lideraram as perdas. Fabricantes de eletrônicos, autopeças e maquinário tiveram quedas entre 2% e 4%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,1%. O CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 1,8%.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 1,6%. Empresas do setor de semicondutores, como Samsung e SK Hynix, recuaram mais de 3%. As medidas tarifárias afetam diretamente a cadeia de suprimentos da região.
Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 caiu 1,2%. O setor de mineração teve forte desvalorização. As ações da BHP e da Rio Tinto caíram mais de 2,5%. O minério de ferro, principal produto de exportação do país, recuou no mercado futuro em Cingapura. A queda reflete a expectativa de redução da atividade industrial chinesa como resposta às novas tarifas americanas.
Na Europa, os mercados abriram em queda e ampliaram as perdas ao longo da manhã. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,3% por volta das 9h de Brasília. Em Frankfurt, o DAX caiu 1,5%. Papéis do setor automobilístico lideraram as baixas, com destaque para a Volkswagen e a BMW. As montadoras temem perdas de competitividade nos Estados Unidos, principal destino de exportações do setor.
O euro e a libra esterlina se desvalorizaram frente ao dólar, refletindo a aversão ao risco entre investidores europeus. Em Londres, o índice FTSE 100 recuava 1,1%. Companhias de energia e mineração puxaram a queda.
As tarifas anunciadas por Trump incluem aumento de impostos de importação sobre veículos europeus, equipamentos eletrônicos chineses e produtos agrícolas mexicanos. O mercado precificou o impacto dessas medidas sobre o comércio internacional, que pode sofrer nova desaceleração. Analistas de bancos europeus veem risco de fragmentação nas cadeias globais de produção.
Os contratos futuros de ações nos Estados Unidos também operavam em baixa durante a manhã. O S&P 500 futuro recuava 0,7% às 9h de Brasília. A perspectiva de guerra comercial prolongada entre os principais blocos econômicos do mundo pesa sobre o apetite por risco. A aversão afeta tanto os mercados desenvolvidos quanto os emergentes.
Empresas com grande exposição ao comércio internacional sofreram reavaliações nas casas de análise. Corretoras asiáticas e europeias revisaram para baixo as projeções de lucro de indústrias automobilísticas, de tecnologia e de bens de capital. O ambiente de negócios tende a se deteriorar caso as tarifas entrem em vigor nos próximos dias.
Investidores aguardam pronunciamentos de autoridades chinesas e europeias ao longo do dia. Existe expectativa de retaliação ou de abertura de negociações. O mercado considera possível o acionamento de mecanismos de solução de controvérsias na Organização Mundial do Comércio. A incerteza sobre os próximos passos amplia a volatilidade.
Perspectivas
A repercussão negativa dos mercados asiáticos e europeus indica que os investidores globais interpretaram as novas tarifas como um fator de risco adicional para a economia mundial. A medida de Trump foi vista como um passo na direção de uma política comercial mais protecionista, o que tende a reduzir o volume de trocas entre os países e impactar a rentabilidade das empresas globais.
Indicadores
Brasil
Produção Industrial (Jun)
Esperado: + 0,4%
Anterior: – 0,5%
Produção Industrial (12m)
Esperado: – 0,6%
Anterior: + 3,3%
Estados Unidos
Nível de emprego não agrícola (Jul)
Esperado: 106 mil
Anterior: 147 mil
Taxa de desemprego (Jul)
Esperado: 4,2%
Anterior: 4,1%
Ganho médio por hora trabalhada (Jul)
Esperado: 0,3%
Anterior: 0,2%
PMI Industrial (Jul)
Esperado: 49,5
Anterior: 52,9




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